PIAFEX - Programa de Intervenção em Autorregulação e Funções Executivas
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- Calcular freteResumo
Os conhecimentos trazidos com o avanço das Neurociências não deixam dúvidas de que o processo de aprendizagem, o comportamento adaptativo e a regulação emocional dependem de modo relevante do desenvolvimento adequado das funções executivas. Quando essas funções não se desenvolvem adequadamente, ou quando se encontram, por alguma razão, prejudicadas, o indivíduo pode experimentar uma série de dificuldades de ordem cognitiva e/ou comportamental que, por sua vez, podem conduzir a fracasso social, acadêmico e profissional. Esse indivíduo fica demasiadamente suscetível a eventos externos, torna-se inadequado, não consegue fazer planos, dificilmente termina uma tarefa, mostra-se desatento ou impulsivo.
Já foi evidenciado que um maior desenvolvimento dessas habilidades poderia promover melhor adaptação e rendimento escolar, além de prevenir uma série de problemas sociais e de saúde mental, o que conduziria à diminuição nos custos sociais relacionados a comportamentos desadaptativos e antissociais, incluindo adicção a substâncias químicas, e no diagnóstico de distúrbios que frequentemente incluem alterações no funcionamento executivo, a exemplo do TDAH e do Transtorno de Conduta. Nessa mesma direção, diversos autores têm enfatizado a importância de promover o desenvolvimento precoce das funções executivas, dada sua relação com prontidão escolar e sua relevância para a realização acadêmica ao longo dos anos escolares; são habilidades com importante poder preditivo sobre o desempenho em leitura e matemática no decorrer da escolarização. Fundamentalmente, proporcionar meios e oportunidades para a prática e para o desenvolvimento das habilidades executivas pode ser benéfico a todas as crianças. Tal postura pode minimizar ou prevenir dificuldades ulteriores, preparando esses indivíduos para lidar com as demandas crescentes impostas pela escola e mesmo pela sociedade. Segundo a literatura, a ênfase na aquisição de conhecimento sem ênfase nos processos cognitivos por meio dos quais o conhecimento é adquirido, sobretudo com relação a crianças jovens, muito provavelmente conduzirá a um sistema educacional ineficaz.
Neste ponto, emerge a questão: Seria, então, possível promover o desenvolvimento das funções executivas em crianças?
Com esse objetivo é que foi desenvolvido o Programa de Intervenção em Autorregulação e Funções Executivas, ou Piafex. O programa reúne um conjunto de atividades que visam estimular o desenvolvimento de habilidades em crianças pré-escolares e no início do Ensino Fundamental, incluindo habilidades como organização, planejamento, inibição de impulsos, atenção, memória de trabalho, metacognição e regulação emocional. Pode ser aplicado nos contextos clínico e escolar, como ferramenta de reabilitação ou de intervenção precoce. A aplicação preventiva do Piafex, porém, é seu maior objetivo! Ou seja, o professor encontrará neste programa de intervenção subsídios teóricos e práticos que o auxiliarão a estimular o desenvolvimento das funções executivas de suas crianças, auxiliando-as a lidar com as demandas crescentes da escola e da sociedade.
Quem pode aplicar o Piafex?
Professores, psicólogos, psicopedagogos e profissionais ligados à área educacional.
Qual a idade adequada para participar das atividades?
O Piafex foi inicialmente desenvolvido e testado em crianças de 5 (Educação Infantil) e 6 anos de idade (primeiro ano). Porém, é possível adaptar as atividades e expandir a faixa etária.
Pode-se usar o Piafex na clínica?
As evidências da eficácia do Piafex são oriundas de sua aplicação em contexto de sala de aula. Porém, é possível aplicá-lo em contexto clínico. Nesse caso, sugerem-se sessões em grupo, pois a interação tem papel relevante em muitas das atividades do programa.
O Piafex pode ser usado remediativamente para auxiliar crianças com déficits nas funções executivas?
Sim! Embora desenvolvido com base em uma abordagem preventiva, as atividades do Piafex poderão auxiliar crianças com dificuldades nas habilidades executivas e de autorregulação. O programa foi delineado para estimular e promover funções executivas e poderá fazê-lo em crianças com ou sem alterações nessas habilidades. Deve-se considerar o grau de comprometimento, a frequência da intervenção, e outros tratamentos / acompanhamentos de cada caso..